O seu bebê toma sustos na hora de dormir ou quando já está dormindo e acaba acordando? Esses “sustinhos” se chamam reflexo de moro e são muito comuns em bebês pequenos.
Se isso te deixa preocupada, existem várias estratégias que você pode colocar em prática para reduzir o problema, e é sobre elas que vamos falar neste artigo.
Continue a leitura, tire suas dúvidas sobre o assunto e descubra o que fazer para evitar que o reflexo de moro atrapalhe o sono do seu bebê.
O que é reflexo de moro?
O reflexo de moro é um reflexo do desenvolvimento do bebê. Ele é considerado importante e é esperado por ser um reflexo de proteção.
O bebê identifica algum tipo de risco — notadamente o risco de cair, mas não apenas ele — e reage com um grande susto. Esse susto pode ser um reflexo completo ou incompleto.
Quando o reflexo é incompleto, o bebê costuma abrir os bracinhos e ficar com a musculatura toda retesada, e pode ser que ele acorde, principalmente se estiver numa fase mais superficial do sono.
Vale lembrar que mais de 75% do sono de um bebê em seus primeiros meses de vida corresponde ao sono REM, que é um sono superficial e movimentado. É justamente nesse período que o reflexo de moro acontece com maior frequencia.
Também pode ser que o seu bebê tenha o reflexo completo. Nesse caso, além de abrir os braços e ficar com os músculos travados, ele vai ficar muito vermelho e chorar de forma desesperada. Essa reação pode ser assustadora para uma mãe que presencia o reflexo completo pela primeira vez.
Mas é importante manter a calma, saber identificar esse reflexo e acalmar o seu pequeno, buscando reduzir esses sustos intensos que atrapalham a rotina de sono.
Como reduzir o reflexo de moro?
Como vimos, o reflexo de moro é um processo natural e tende a parar de acontecer espontaneamente depois de alguns meses de vida do bebê.
Mas, se você sente que esse reflexo está acontecendo de forma muito frequente e impacta negativamente a rotina do seu pequeno, existem algumas ações que você pode colocar em prática para reduzi-lo. Falaremos sobre elas em seguida.
Faça movimentos lentos e suaves
As causas do reflexo de moro são variadas, mas uma das mais comuns é a sensação de queda. Ele pode acontecer, por exemplo, se você estiver descendo uma escada com o seu bebê no colo ou quando você o transfere do colo para o berço.
A sensação que ele tem é de que está caindo sem ter como se segurar em algum apoio, o que é extremamente desagradável.
Por isso, é importante que as movimentações com o seu pequeno sejam feitas de forma lenta.
Quando você for colocá-lo no berço, apoie primeiro o bumbum no colchão, para depois descer as costas e a cabeça até que ele esteja completamente deitado. Mantenha seus braços por alguns momentos ao redor dele, mesmo que ele já esteja acomodado no berço e retire as mãos também de forma bastante lenta.
Outra ação importante é a manutenção da indução de sono que você estava utilizando enquanto ninava o seu bebê. Por exemplo, se você estava cantando, continue a canção enquanto o acomoda lentamente no berço e alguns momentos após soltá-lo totalmente.
Isso vai dar ao bebê outros estímulos que vão amenizar a sensação de queda. No caso, você estará recorrendo a um estímulo sonoro tranquilizante.
Se mesmo assim, o seu pequeno acordar, você pode acalentá-lo ainda sem retirá-lo do berço. Na maioria das vezes, isso vai funcionar e ele provavelmente vai voltar a pegar no sono alguns instantes depois.
Evite barulhos altos
Embora a sensação de queda seja um dos principais fatores que causam o reflexo de moro, ela não é a única. Esse reflexo também pode ocorrer em função de um barulho alto ou um movimento significativo.
No caso do barulho, o seu bebê pode acordar assustado porque, por exemplo, o interfone está tocando insistentemente ou porque alguém está usando um aspirador de pó.
Reduzir o volume dos aparelhos e equipamentos domésticos é uma prática que pode ajudar nesse caso, além de manter um tom de voz baixo nas conversas e colocar o bebê para dormir no ambiente mais silencioso possível.
Fique de olho na movimentação do bebê
Outro fator que desencadeia o reflexo de moro nos bebês são os movimentos, que nem sempre precisam ser bruscos.
Suponhamos que o seu pequeno estava dormindo na cama e você resolveu se deitar ao lado dele. O movimento do colchão pode desencadear o reflexo.
Mas não pense que o reflexo de moro pode ser totalmente evitado se você mantiver os movimentos lentos e a casa em silêncio.
Lembre-se de que esse reflexo é próprio do desenvolvimento do bebê e eventualmente vai acontecer.
Por isso, mesmo que você seja muito detalhista e cuidadosa com relação à manutenção do silêncio e dos movimentos lentos e suaves — tanto quando está com seu filho nos braços quanto quando se movimenta próxima a ele enquanto ele dorme —, em algum momento você vai se deparar com o reflexo de moro, seja ele completo ou incompleto.
Ele pode ser desencadeado, inclusive, pelo movimento do próprio bebê. Como nos primeiros meses de vida o sono REM é o predominante, os períodos de sonecas do seu pequeno tendem a ser mais movimentados e isso é totalmente normal.
Enquanto dorme, o bebê pode esticar os braços e pernas, mover a cabeça ou os olhos e essas simples movimentações podem ser a causa do reflexo de moro.
Isso é um problema? Somente se o reflexo de moro estiver atrapalhando a qualidade do sono e da rotina do bebê.
Algumas correntes científicas são avessas ao hábito de enrolar o bebê de forma a prendê-lo evitando que ele se movimente livremente. Segundo esses estudos, o movimento e o eventual reflexo de moro são importantes para o desenvolvimento da criança e não devem ser impedidos.
Pode ser que, a princípio, você tenha a sensação de que, ao se movimentar, o bebê acorda mais vezes e não alcança um sono reparador. Mas isso pode ser uma questão de adaptação, um processo em que o bebê se acostuma aos próprios movimentos e passa, pouco a pouco, a não se assustar mais com eles.
É claro que alguns bebês com sono agitado podem se beneficiar com o “charutinho” ou “rolinho”, mas é preciso ter cuidado ao adotar essa prática. Isso porque o “charutinho” tradicional, em que a criança fica com os braços e pernas presos, pode ser arriscado para a musculatura e a articulação dos seus quadris.
Por isso, ortopedistas e traumatologistas não recomendam que se restrinja a movimentação dos quadris dos bebês. Então, se você optar por fazer alguma contenção ao colocar seu pequeno para dormir, é melhor que essa contenção seja somente nos braços, mantendo as pernas livres.
Utilize recursos como o ninho redutor e o sling
Você pode utilizar um ninho redutor no berço do seu pequeno para reduzir os movimentos sem necessariamente precisar prender os bracinhos e as perninhas dele.
O ninho ajuda o bebê a manter uma sensação de aconchego, evitando os movimentos bruscos e favorecendo o sono.
Outro recurso muito bem-vindo para reduzir o reflexo de moro é o sling, que permite que o seu pequeno fique aconchegado ao seu tronco ao mesmo tempo em que você mantém as mãos livres para realizar outras atividades.
Nesse caso, o bebê fica em uma posição confortável, como um “sapinho” grudado à pessoa em que ele mais confia e isso favorece a sensação de segurança reduzindo, consequentemente, o reflexo de moro.
Concluindo
Lembre-se de que o reflexo de moro é natural e se ele não está impactando significativamente o sono do seu bebê, não há razões para se preocupar.
Você pode tomar os cuidados e utilizar os recursos apontados acima, mas com ou sem esses esforços, o reflexo de moro tende a parar de acontecer por volta dos quatro meses de idade do bebê, podendo se estender até os seis meses em alguns casos.
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