O sono é essencial para o nosso desenvolvimento e para a manutenção da nossa saúde ao longo de toda a vida. Por conta dessa tamanha importância, um bebê com sono agitado deve ter atenção redobrada, sobretudo para que hábitos relacionados à qualidade do descanso possam ser estimulados e viabilizados desde seus primeiros dias de vida.
Existem, sabidamente, muitas causas para que um bebê apresente momentos de agitação durante o sono. O excesso de estímulos, falta de rotina, situações específicas de saúde ou mesmo um ambiente inadequado acabam por deixar o bebê com sono agitado, acordando diversas vezes durante a noite.
No entanto, embora saibamos de todas essas situações que dificultam o descanso e afetam a qualidade do sono, uma dúvida é muito recorrente: como fazer com que o bebê com sono agitado consiga dormir melhor? E, decorrente dessa dúvida, há uma outra muito comum: de que maneira o sono do bebê muda com o passar do tempo?
Dadas essas dúvidas, vamos reunir, agora, todas as informações que você precisa ter para melhorar a qualidade do sono do seu bebê! Vem ver!
Bebê com sono agitado é normal! (Mas nós podemos melhorar isso)
O sono do bebê é, naturalmente, mais agitado. Isso se deve, sobretudo, ao fato de que ele tem uma prevalência de sono leve (não-REM). O sono leve do bebê tem uma função biológica muito interessante, inclusive.
É por conta do sono mais leve que a fome desperta o bebê, permitindo que ele seja alimentado conforme as necessidades do seu desenvolvimento. Assim, com o sono mais agitado e leve, o bebê acaba conseguindo despertar a fim de mamar e, então, ter seu quadro glicêmico muito mais controlado.
A natureza é perfeita, né?
Nos primeiros meses de vida, o bebê tende a se mexer muito. É justamente por conta disso que o berço deve sempre ser mantido sem protetores, travesseiros, brinquedos ou mesmo cobertores. Nessa fase, o risco de sufocamento é grande, por isso, objetos soltos no berço são contraindicados.
Mantenha o berço seguro e, caso seu bebê comece a se mexer muito durante a noite, sem chorar, permita que ele tente voltar a dormir sozinho. Caso ele precise da sua ajuda, ele vai chorar (acredite!). Nesse caso, não deixe de atendê-lo, ok?
Quando o sono agitado do bebê se torna um problema?
Quando o sono é interrompido naturalmente em um tempo muito curto, que impossibilita o descanso saudável, as causas devem ser investigadas.
Portanto, se o seu bebê acorda a cada 40 minutos ou menos (cerca de um ciclo de sono), é hora de observar e fazer alguns ajustes.
Busque compreender se ocorreu alguma mudança na rotina — tanto da criança quanto da família —, ou seja, se há algum componente externo estimulando ou mesmo atrapalhando o sono.
Se nenhuma dessas coisas estiverem acontecendo, vale observar outros 5 pontos:
1 – Uso de telas
O uso de telas atrapalha consideravelmente o sono dos bebês. A razão é bastante simples: as telas — televisão, celular, tablet, etc. — emitem uma luz que, para o cérebro, simula a luz solar, o que faz com que o corpo não seja “avisado” de que chegou a hora de dormir.
A produção da melatonina (hormônio do sono) está diretamente ligada à quantidade de luz a que estamos expostos e, por conta disso, as telas devem ser desligadas até 2 horas antes do horário das crianças dormirem.
Vale lembrar que, para bebês menores de 2 anos, o uso de telas é contraindicado em qualquer horário.
Assim, caso o seu bebê esteja exposto a esse tipo de estímulo, é importante repensar essa relação, sobretudo porque a longo prazo as telas podem prejudicar também o desenvolvimento escolar, uma vez que o aprendizado está diretamente ligado à qualidade do sono.
2 – Falta de rotina
Quando se trata do sono — seja de um bebê, adulto ou pessoa idosa —, o segredo da qualidade é a rotina, a observação e a previsibilidade de eventos. E isso começa quando? Justamente na primeira infância, desde a exterogestação.
A falta de rotina pode ser um dos causadores do sono agitado do bebê, uma vez que ele não sabe se é hora de dormir, de brincar, de mamar ou de comer.
E aqui falamos em rotina como uma sequência de eventos, e não como horários pré-estabelecidos.
A prática de cuidados pode ser bem diferente do que se imagina — e, por conta disso, ser até frustrante quando se observa apenas o relógio para determinar o que deve ser feito a cada momento.
A vida de um bebê está em constante movimento, até porque o seu ritmo de desenvolvimento é bastante acelerado. Dessa maneira, a rotina de atividades deve sempre estar adaptada às necessidades do bebê — e também da família.
Ainda que possamos dividir essa rotina entre acordar, mamar, brincar e dormir, são muitas as atividades que podem ser feitas com o pequeno, como o momento do banho e aulas de natação (a partir dos 6 meses).
No entanto, por mais diversa que seja a rotina do bebê, é importante observar seu ritmo e seus sinais — de cansaço, de irritabilidade, de fome ou mesmo de sono — para que seja possível construir um ciclo de atividades que seja efetivamente previsível e favoreça, assim, o sono.
3 – Errar a janela de sono
Logo que o bebê nasce — e nos seus primeiros meses de vida —, o tempo que ele consegue ficar acordado (entre uma soneca e outra), conhecida como “janela de sono”, é bem curta. Um recém-nascido, por exemplo, consegue ficar apenas 40 minutos acordado.
Conhecer a janela de sono do seu bebê é fundamental para que ele, ao ser colocado para dormir, adormeça mais rapidamente e atinja níveis mais profundos de sono, tendo um sono menos agitado.
Conforme o tempo avança e a criança se desenvolve, sua janela de sono aumenta, ou seja, ela ficará desperta por mais tempo e, consequentemente, fará menos sonecas durante o dia, sendo possível acrescentar atividades mais longas ou mais complexas em sua rotina.
Para um bebê, sua janela de sono pode aumentar, em poucos dias, cerca de quinze minutos. Sendo a primeira janela de sono sendo sempre mais curta que as demais.
Perceber essa mudança é fundamental para a organização da própria família ou da pessoa cuidadora, que poderá modificar as atividades da criança e as suas próprias conforme esse tempo de sono se modifica.
Por mais que pareça pouco tempo, se você colocar seu bebê para dormir quinze minutos mais cedo do que o ideal, ele pode demorar mais a adormecer, ter um sono mais agitado e menos restaurador e acordar mais rapidamente.
4 – Ambiente inadequado
Um bebê com sono agitado pode estar apenas reagindo a um ambiente inadequado, que não favorece o relaxamento. Por conta disso, é fundamental avaliar em quais condições o bebê está dormindo, verificando:
- Temperatura do ambiente;
- Luminosidade;
- Barulho;
- Estímulos.
O ambiente em que o bebê irá dormir deve ser calmo, escuro, ter uma temperatura amena (cerca de 24 graus) e, sobretudo, deve inspirar segurança para o pequeno.
Quanto mais se observa esses pequenos detalhes, mais positiva será a construção da rotina de sono do bebê. E, dessa forma, mais saudável será a relação do bebê com esse processo.
5 – Necessidade de presença
Os bebês podem manifestar a angústia da separação por volta dos oito meses de vida. A necessidade da presença do cuidador é um fenômeno comum entre os bebês e faz parte do desenvolvimento humano.
A angústia da separação é externalizada pelo bebê em forma de choro ou mesmo por uma inquietação mais exacerbada. Esse comportamento pode se apresentar quando a mãe sai do campo de visão do bebê, mesmo que seja brevemente.
Esse comportamento é uma resposta instintiva, pois é justamente na presença dos seus cuidadores que ele se sente protegido e acolhido.
Sem eles, portanto, o bebê se sente em perigo, tendo o choro ou mesmo o desespero como uma resposta imediata a esse sentimento.
Isso acontece porque o bebê não sabe que seus cuidadores irão voltar para o seu convívio quando saem do seu campo de visão.
Esse fenômeno pode piorar a qualidade do sono, sobretudo quando a criança passa a dormir em seu próprio quarto ou quando os pais retomam sua rotina de trabalho.
Manter uma rotina de sono saudável é essencial para que essa angústia de separação não se intensifique e, sobretudo, seja solucionada à medida que a criança desenvolve sua capacidade de memorizar a rotina familiar.
A clássica brincadeira do “Cadê a mamãe/papai?” “Achou!” pode ajudar nesse momento, mostrando ao pequeno que os pais “somem”, mas sempre voltam.
Momentos de muito carinho, toque e palavras de amor, antes de ir dormir, também ajudam o bebê a relaxar e podem diminuir os episódios de angústia de separação durante a madrugada.
Sabemos que lidar com o sono do bebê pode fazer com que dúvidas surjam, mas, para isso, criar uma rotina de sono é fundamental. Com o Curso Sono e Rotina do Bebê, você receberá os conhecimentos essenciais para guiar seus passos nessa jornada. Mais de 17 mil famílias já tiveram encontraram o Melhor Sono Possível para seus bebês. Venha conhecer o curso que pode mudar (para muito melhor!) a realidade da sua família!