Compartilhar a cama com o bebê é uma prática que tem sido adotada por muitas mães por facilitar as noites de sono, especialmente durante o período de amamentação. Mas será que a cama compartilhada é segura?
Neste artigo, vamos explicar quais são as recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria sobre o local em que o bebê deve dormir, como garantir uma cama compartilhada segura e quais práticas você precisa evitar a todo custo para proteger o seu filho durante o sono.
Com as informações corretas, é possível proporcionar noites mais tranquilas e seguras para toda a família.
Continue a leitura e entenda!
Onde o bebê deve dormir?
A Sociedade Brasileira de Pediatria, assim como a Academia Americana de Pediatria, recomenda que os bebês durmam no mesmo ambiente que os pais até os seis meses de idade, mas em superfícies separadas, como um berço ou um moisés próximo à cama dos pais.
A lógica por trás dessa orientação é proporcionar a proximidade necessária para facilitar o cuidado noturno, como a amamentação e o acalento quando o bebê acorda, ao mesmo tempo em que se minimiza o risco de sufocamento ou outros acidentes que podem ocorrer quando o bebê divide a cama com os adultos.
No entanto, na prática, muitos pais acabam optando pela cama compartilhada por diversos motivos. Seja pela falta de espaço em casa, por perceberem que tanto o bebê quanto a mãe dormem melhor juntos, ou até mesmo para facilitar a amamentação durante a noite, essa prática é muito comum.
Cada família é única e o que funciona para uma pode não funcionar para a outra. Alguns bebês dormem mais tranquilos sozinhos em seus quartos, enquanto outros se sentem mais seguros e acolhidos ao lado dos pais.
Por outro lado, algumas mães só conseguem pegar no sono quando é possível observar seus pequenos de perto até mesmo estando deitadas.
Enfim, é importante que as decisões sobre o local de sono do bebê sejam informadas e levem em consideração tanto o conforto quanto a segurança.
Uma mãe bem informada será capaz de adaptar as orientações gerais à sua realidade, considerando as necessidades e características do seu bebê.
Por isso, é fundamental conhecer as recomendações e os riscos associados a cada opção, para que a escolha seja consciente e equilibrada.
No próximo tópico, vamos explicar como tornar a prática da cama compartilhada segura, fornecendo orientações para que essa escolha, se for a sua, seja feita da melhor forma possível, sempre priorizando a segurança do seu bebê.
Como fazer uma cama compartilhada segura?
Se você acredita que a cama compartilhada com seu bebê é a opção mais adequada para garantir que ele tenha uma boa noite de sono, é fundamental adotar medidas que garantam a segurança do seu pequeno.
Embora as recomendações oficiais indiquem que o bebê deve dormir em uma superfície separada, a verdade é que muitas famílias fazem cama compartilhada, mas não sabem como tornar essa prática mais segura.
Por isso, vou te dar agora 5 orientações que você precisa seguir para tornar a cama compartilhada segura.
Posicionamento da cama
Para contar com uma cama compartilhada segura para o seu pequeno, a cama deve estar encostada firmemente na parede, sem nenhum vão entre as duas. Isso evita que o bebê role e caia em espaços que podem ser perigosos.
Se não houver como encostar a cama na parede, utilize uma barreira de segurança na lateral da cama, como uma grade, para prevenir quedas.
É possível encontrar esse tipo de barreira em lojas do ramo. Nada de improvisos nesse caso. Por isso, a forma mais segura é a utilização da cama totalmente encostada na parede.
Posição do bebê na cama
O bebê deve sempre dormir entre o responsável e a parede, nunca na borda da cama ou entre dois adultos. Somente nessas condições você terá uma cama compartilhada segura.
Além disso, o bebê menos de um ano deve ser colocado para dormir de barriga para cima, para reduzir os riscos à sua segurança.
Superfície firme e plana
A cama deve ter um colchão firme e plano. Evite superfícies macias como sofás, colchões d’água ou camas muito afundadas. Essas superfícies aumentam o risco de sufocamento e são muito perigosas para o bebê.
Pode parecer óbvio, mas com frequência esses detalhes são esquecidos.
Remova travesseiros e cobertores
Para bebês menores de um ano, a presença de travesseiros, cobertores e outros itens soltos na cama representa o risco de sufocamento.
Esses itens, embora sejam considerados aconchegantes e confortáveis para os adultos, impossibilitam uma cama compartilhada segura para os bebês.
Então, mesmo se deparando com acessórios que prometem uma noite tranquila de sono para o seu pequeno, mantenha a cama compartilhada o mais simples possível, sem nenhum item que possa cobrir o rosto do bebê.
Vista o bebê adequadamente
Em dias frios pode parecer necessário utilizar um cobertor para que o bebê fique quentinho. Mas, como vimos, os cobertores devem ser evitados.
Por isso, é importante vestir o bebê de acordo com a previsão do tempo. Dessa forma, você não dependerá de mantas ou cobertores para mantê-lo aquecido, minimizando assim os riscos.
Também é importante lembrar que você deve evitar o superaquecimento do bebê. Não o agasalhe em demasia, com muitas camadas de roupa, pois ao invés de aconchegá-lo, ele ficará incomodado e terá uma noite de sono pior.
O que é proibido ao fazer cama compartilhada?
Como vimos, a cama compartilhada segura pode ser uma prática reconfortante para muitas famílias, proporcionando proximidade e conveniência durante o sono do bebê.
No entanto, é crucial seguir à risca as orientações específicas sobre as quais falamos no tópico anterior.
Além disso, se você quer fazer cama compartilhada de maneira segura, há algumas práticas totalmente proibidas, pois aumentam os riscos de sufocamento, quedas e acidentes durante o sono. Veja quais são elas:
- Bebê dormir entre dois adultos: em uma cama compartilhada segura, o bebê deve dormir sempre ao lado de um adulto, mas nunca entre dois adultos, pois isso aumenta significativamente o risco de sufocamento e superaquecimento. Além disso, os movimentos involuntários dos pais durante o sono podem comprimir o bebê acidentalmente. Então, mantenha seu pequeno entre um adulto e a parede, com a cama bem encostada a ela;
- Presença de cobertores, naninhas e bichos de pelúcia: itens soltos são extremamente perigosos para bebês menores de um ano. Por isso, a cama compartilhada segura deve ser a mais simples possível, com um colchão firme, lençol de elástico e sem acessórios adicionais;
- Adulto que usou medicamentos para dormir: adultos que tomam medicamentos para dormir, relaxantes musculares ou qualquer outra substância que cause sonolência não devem compartilhar a cama com um bebê, pois a capacidade reduzida de perceber os movimentos da criança e a sonolência excessiva aumentam o risco de acidentes;
- Adulto que está alcoolizado: o consumo de álcool também altera a percepção e os reflexos durante o sono, tornando muito arriscado o compartilhamento da cama com um bebê;
- Adulto que usou drogas: o uso de drogas recreativas ou medicamentos que alteram o estado de alerta dos adultos é uma combinação perigosa para a cama compartilhada. Assim como o álcool, essas substâncias podem comprometer seriamente a segurança do bebê;
- Adulto que tem o sono muito pesado: alguns adultos naturalmente têm um sono mais profundo, mesmo sem usar medicamentos ou entorpecentes, e não acordam facilmente com estímulos. Nesse caso, compartilhar a cama com o bebê também é muito arriscado, pois é possível que o adulto se movimente ou role sobre o bebê sem perceber.
Uma cama compartilhada segura pode ser uma excelente alternativa para muitas famílias, ajudando não apenas com a amamentação durante a noite, mas também com o fortalecimento do vínculo entre pais e bebês.
Assim, se você percebeu que esta opção tem sido benéfica para você e seu pequeno, siga todas as recomendações e aproveite estes momentos de descanso junto a ele.
Se tudo o que você deseja é desfrutar ao máximo desse tempo mágico que é o primeiro ano de vida do seu pequeno, além de utilizar uma cama compartilhada segura, você precisa conhecer o livro “O ano de ouro”, que é um guia sobre os meses mais importantes da mãe e do bebê.
