Se você acabou de se tornar mãe, certamente já notou seu bebê recém-nascido com dor de barriga.
Essa fase, embora comum, pode ser bastante desafiadora e angustiante. Afinal, nenhuma mãe gosta de ver seu pequeno sentindo dor.
Mas por que os recém-nascidos tendem a sofrer com as cólicas e o que pode ser feito para aliviar esse desconforto?
Neste texto, eu vou explicar as causas mais comuns dessas dores, quando elas podem ser um sinal de APLV e como você pode ajudar seu bebê a se sentir melhor usando técnicas simples e eficazes.
Quais fatores normalmente deixam o bebê recém-nascido com dor de barriga?
Embora existam várias causas que possam contribuir para o desconforto abdominal em bebês, a verdade é que, na maioria das vezes, o recém-nascido com dor de barriga é apenas uma consequência natural da imaturidade do sistema digestivo.
O trato gastrointestinal do seu bebê ainda está se adaptando à nova função de digerir alimentos e lidar com gases, o que pode causar as cólicas. No entanto, há outros fatores que também podem estar associados à dor de barriga.
Uma das causas mais comuns de um recém-nascido com dor de barriga é o acúmulo de gases. Quando o bebê ingere ar durante as mamadas, isso pode levar à formação de gases.
Uma pega inadequada ao seio, por exemplo, pode fazer com que ele engula mais ar do que deveria, gerando dor e agitação.
Outro fator importante a considerar é a sensibilidade do sistema digestivo do bebê a certos componentes do leite materno ou da fórmula.
Embora o leite materno seja o alimento ideal, alguns bebês podem reagir de forma mais sensível a determinados alimentos que a mãe consome. Produtos lácteos, cafeína ou alimentos muito temperados, por exemplo, podem “passar” para o leite e, em alguns casos, provocar desconforto no bebê.
Além disso, mudanças na alimentação, como a introdução de fórmulas infantis ou suplementos, também podem ser causadores das dores abdominais.
As fórmulas, especialmente aquelas à base de proteínas mais complexas, podem ser mais difíceis de digerir para alguns recém-nascidos.
Outro ponto a ser considerado é a adaptação do intestino do bebê à evacuação. Nos primeiros meses de vida, o seu pequeno ainda está desenvolvendo o padrão de funcionamento do intestino, o que pode causar desconforto e cólicas até que o sistema esteja mais maduro e funcione de maneira mais eficiente.
Mesmo que as possíveis causas variem, se você se depara frequentemente com seu bebê recém-nascido com dor de barriga, essa cólica recorrente provavelmente faz parte desse processo de amadurecimento do organismo.
Cuidar da sua própria alimentação (se você amamenta), garantir uma pega correta e fazer pausas para arrotar durante as mamadas podem ajudar a reduzir esses episódios.
Quando um recém-nascido com cólica pode ser sinal de APLV?
Embora a cólica seja um desconforto comum em recém-nascidos, muitas vezes relacionada à imaturidade do sistema digestivo, em alguns casos ela pode ser um indicativo de algo mais sério, como a alergia à proteína do leite de vaca (APLV).
A APLV ocorre quando o sistema imunológico do bebê, que ainda está ainda em formação, reage de forma exagerada à presença das proteínas do leite de vaca em sua alimentação, desencadeando uma série de sintomas que podem incluir as dores abdominais intensas.
Antes de tudo, é importante entender o que é a APLV. Trata-se de uma alergia alimentar em que o corpo do bebê não reconhece as proteínas do leite de vaca como inofensivas, atacando-as como se fossem ameaças.
Mesmo os bebês que são amamentados exclusivamente e não consomem diretamente o leite de vaca, podem desenvolver APLV, pois a proteína pode ser transmitida através do leite materno se a mãe consumir derivados do leite de vaca.
Além disso, bebês que consomem fórmulas infantis também podem desenvolver essa alergia, já que a proteína do leite de vaca pode estar presente na composição da fórmula.
Os sinais de que a cólica do bebê pode estar associada à APLV incluem diversos sintomas mais específicos, como:
- Cólica intensa e persistente, que não melhora com as medidas habituais;
- Vômitos frequentes após a amamentação;
- Dificuldade em se alimentar ou recusa da alimentação;
- Fezes com sangue ou muco;
- Diarreia ou constipação crônica;
- Irritabilidade extrema, além da típica agitação associada às cólicas;
- Dermatite atópica ou erupções cutâneas;
- Dificuldade no ganho ou manutenção do peso;
- Refluxo gastroesofágico frequente e difícil de tratar.
Um ponto importante é que os sintomas da APLV podem não aparecer imediatamente após o contato com a proteína. Isso significa que o bebê pode ingerir leite ou derivados por alguns dias ou semanas antes que os sintomas comecem a se manifestar.
Também é importante mencionar que o leite de cabra pode causar uma reação semelhante, já que suas proteínas são parecidas com as do leite de vaca.
Por isso, substituir o leite de vaca pelo de cabra não é uma solução segura para bebês com APLV. Também é importante tomar cuidado com o leite de soja, já que muitos bebês com alergia à proteína do leite de vaca também têm alergia à proteína da soja.
Por fim, se você desconfiar de que o seu bebê recém-nascido com dor de barriga constante pode ter APLV, é essencial procurar um pediatra para fazer uma avaliação e um diagnóstico preciso.
A partir dos sintomas, exames e uma investigação detalhada, o médico poderá recomendar a eliminação do leite e derivados da sua dieta e da do seu bebê e acompanhar o resultado em relação às cólicas e outros sintomas para confirmar o diagnóstico.
Como aliviar o desconforto e acalmar um recém-nascido com dor de barriga?
Mesmo que seja um processo natural decorrente do desenvolvimento do sistema digestivo, você não quer ver constantemente seu bebê recém-nascido com cólica sem fazer nada para ajudá-lo.
A boa notícia é que você pode usar técnicas simples de higiene natural, como massagens e movimentos com as perninhas, além de estabelecer uma rotina de sono para aliviar as dores de barriga do seu pequeno.
As massagens suaves no abdômen são uma das maneiras mais eficazes de aliviar a cólica do bebê.
Movimentos circulares com as mãos, no sentido horário, podem ajudar a estimular o sistema digestivo do seu pequeno, promovendo a liberação de gases que causam desconforto.
Você pode usar um óleo ou creme apropriado para bebês para tornar a massagem mais suave. Essa técnica pode ser feita sempre que o bebê apresentar sinais de cólica.
Outro método bastante útil que você pode fazer junto com a massagem é realizar movimentos com as perninhas do bebê, simulando o movimento de pedalar.
Esse exercício ajuda a liberar gases presos no intestino, que são uma das principais causas de dor de barriga em recém-nascidos.
Coloque o bebê deitado de costas em uma superfície firme e levante gentilmente as perninhas, dobrando os joelhos em direção ao abdômen. Repita o movimento várias vezes de forma suave, sempre observando a reação do bebê.
Essa flexão dos joelhos e a própria massagem fazem parte da higiene natural, que consiste em observar os sinais que o bebê dá quando está com vontade de evacuar ou soltar gases e posicioná-lo de forma a facilitar essa eliminação.
Ao identificar esses sinais, como contorções ou expressões faciais, você pode colocar o bebê em uma posição mais confortável, como, por exemplo, com os joelhos flexionados junto ao abdômen.
Essa postura facilita a eliminação de gases e fezes, aliviando as cólicas.
Além disso, um sono adequado também é essencial para ajudar o bebê a relaxar e evitar a dor de barriga.
Bebês muito cansados tendem a ficar mais irritados e a sentir mais cólicas. Criar um ritual de sono consistente e tranquilo reduz o estresse do bebê e, com isso, diminui as dores de barriga.
Um ritual noturno com um banho morno, seguido de amamentação e um ambiente com luz suave, ajuda a preparar o bebê para um sono mais profundo e reparador.
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