Seu bebê acabou de chegar e as noites sem dormir, os despertares frequentes e a dificuldade em encontrar um padrão de sono são uma constante para você? Embora a preocupação e o desconforto possam parecer intermináveis, tudo isso faz parte de um período de adaptação da criança à vida fora do útero conhecido como exterogestação.
Durante esse período, o bebê ainda está se ajustando ao ambiente que o cerca, aprendendo a lidar com estímulos como fome, frio, sono e o próprio fato de estar fora do útero.
Quer entender melhor como funciona a exterogestação e como você pode ajudar o seu bebê nessa adaptação? Basta continuar a leitura!
Neste artigo, vamos explicar o conceito e como ele se reflete no sono do bebê, trazendo dicas práticas que vão favorecer o descanso do seu pequeno.
Veja nos próximos tópicos.
O que é exterogestação?
A exterogestação corresponde aproximadamente aos primeiros três meses de vida do bebê fora do útero, também chamados de “quarto trimestre”.
Ela é um conceito originalmente criado pelo antropólogo Ashley Montagu e popularizado pelo pediatra Harvey Karp.
O prefixo “extero” significa “fora” ou “externo”, indicando que a exterogestação é, em essência, uma continuidade do desenvolvimento gestacional, mas agora fora do corpo da mãe.
Ao observar o desenvolvimento de diversos mamíferos, Montagu concluiu que os bebês humanos, em comparação com outras espécies, nascem antes de atingirem plena maturidade física e emocional.
Assim, os primeiros três meses de vida extrauterina representam uma fase em que o bebê continua a se desenvolver intensamente, precisando, para se sentir seguro e acolhido, de um ambiente que simule as condições do útero.
Durante a exterogestação, os bebês apresentam comportamentos e necessidades que demonstram uma busca por conforto semelhante ao que tinham dentro do útero.
Eles precisam estar muito próximos da mãe, mantendo o contato pele a pele, além de movimentos rítmicos, sons reconfortantes e, claro, a amamentação.
É comum que bebês nessa fase busquem ser acalentados no colo e chorem com muita frequência, o que reflete sua necessidade de atenção e segurança.
Vale destacar que embora a exterogestação seja mais evidente nos primeiros três meses, ela não termina em um momento exato, pois o ritmo de desenvolvimento varia de bebê para bebê.
Ainda assim, por volta dos três meses, é comum observar uma transição: o bebê começa a interagir mais com o ambiente, desenvolve maior controle motor e encontra gradualmente outras formas de se acalmar além do colo.
Entender a existência da exterogestação ajuda os pais e familiares a atenderem às demandas do bebê com mais paciência e empatia, garantindo um início de vida pautado pelo acolhimento e pela conexão.
O que esperar do padrão de sono do seu bebê na exterogestação?
Na exterogestação, o padrão de sono do bebê, a princípio, é não ter padrão. Isso significa que, nos primeiros meses de vida, o sono da criança é bastante irregular, com múltiplos despertares durante a noite e diversas sonecas ao longo do dia, sem horários fixos.
Apesar disso e do seu cansaço, é importantíssimo manter o foco no objetivo de ajudar o seu pequeno a dormir.
Um recém nascido pode dormir até 20 horas por dia e esse tempo elevado de sono é fundamental para seu desenvolvimento físico, cognitivo e emocional.
Mas ao mesmo tempo em que precisa de muitas horas de sono, o recém-nascido ainda não entende que está fora do útero e precisa se adaptar ao novo mundo que o cerca.
No útero, ele não sentia fome, frio, calor, dor ou sono, todas essas sensações são novas e desafiadoras.
Por isso, durante a exterogestação, ele aprecia condições parecidas com as do útero, como proximidade com a mãe, silêncio ou sons rítmicos, movimentos suaves e um espaço confortável e seguro.
Considerando esse contexto de adaptação, é essencial observar as reações do seu bebê, pois cada criança tem um ritmo próprio, e você deve estar atenta aos sinais de sono e aos fatores que ajudam seu pequeno a relaxar e descansar.
Embora ele ainda não tenha um padrão consolidado, é importante já nos primeiros meses começar a pensar na criação de uma rotina e de um ambiente que favoreça o sono.
Ao mesmo tempo, também é importante respeitar e acolher a irregularidade inicial do sono do bebê. Os múltiplos despertares e as sonecas irregulares são normais e fazem parte do processo de adaptação.
Em resumo: ao identificar que o seu bebê está com sono, você deve oferecer as condições necessárias para que ele durma tranquilamente. Um ambiente silencioso e confortável não vai fazer com que ele durma se ele não estiver com sono e, mas se houver sono ele não conseguirá descansar em um ambiente movimentado e cheio de estímulos.
Por isso, testar diferentes práticas, como embalar suavemente, usar sons brancos ou criar um ritual pré-sono, pode ajudar a identificar o que funciona melhor para o seu filho.
Assim, ele se sentirá mais seguro para descansar, e você poderá contribuir para o desenvolvimento saudável dele durante a exterogestação.
Como favorecer o sono do seu bebê na fase da exterogestação?
Como vimos, a fase da exterogestação é um período de adaptação para o bebê, e o sono, sendo uma necessidade fundamental para seu desenvolvimento, pode ser um desafio e tanto.
Ainda que cada bebê seja único e responda positivamente a condições e cuidados específicos, há algumas práticas que geralmente favorecem o conforto e o sono dos pequenos. Vamos falar sobre elas.
Uso de swaddle
O swaddle ou “rolinho” é uma técnica que simula o ambiente do útero, proporcionando ao bebê uma sensação de segurança. Ao envolver o seu pequeno com um tecido macio, você cria uma sensação de aconchego e restrição suave, que pode imitar o conforto que ele tinha no útero.
Pode ser que isso ajude a acalmá-lo, principalmente nos primeiros meses, quando o bebê ainda não tem o controle completo sobre os movimentos de seus membros.
No entanto, é importante não limitar o movimento dos quadris da criança. Busque envolver o cobertor ou manta apenas ao redor dos bracinhos. E lembre-se sempre de que esta prática não é recomendada pra bebês que já rolam, combinado?
Uso de sling
A utilização de sling ou canguru permite que você mantenha seu bebê junto ao seu corpo durante o dia, mantendo os braços livres para fazer outras coisas enquanto o embala.
Esse contato físico constante oferece segurança emocional, além de favorecer o sono, pois a sensação de estar junto ao corpo da mãe, o som do coração e o movimento suave contribuem para acalmar o bebê.
Além disso, essa proximidade ajuda a criança a regular seu ritmo circadiano, favorecendo um sono mais saudável e tranquilo.
Muito colo e aconchego
O colo continua sendo um dos maiores aliados para ajudar o bebê a dormir na fase da exterogestação e também após esse período.
No início, os bebês têm uma necessidade imensa de contato físico, e estar no colo proporciona não apenas aconchego, mas também a sensação de proteção e tranquilidade.
Ao se sentir seguro no colo dos pais, o bebê relaxa mais facilmente, o que facilita o adormecimento.
Nos primeiros meses, é natural que a criança queira ser embalada ou segurada com frequência e isso é uma forma de acolhimento importante para o início do estabelecimento de uma rotina de sono.
