Durante os primeiros anos de vida, uma noite tranquila, um despertar suave, um dia todo com sonecas regulares trazem aquela sensação de vitória. Porém, episódios de medo intenso, comportamento agressivo ou gritos no meio da noite podem trazer muitas dúvidas e preocupação.
Esses episódios enérgicos são o que chamamos de terror noturno.
Embora comum em crianças um maiores, os bebês também podem apresentar momentos de perturbação intensa durante o sono, que pode ser confundido algumas vezes com pesadelos.
Então, entender suas causas, características, efeitos e conhecer algumas estratégias para lidar com o terror noturno será fundamental para lidar com esse fenômeno.
Mas antes, vamos entender, de verdade, o que é o terror noturno.
O que é o terror noturno?
O terror noturno é um distúrbio do sono que acontece durante a primeira metade da noite, quando a criança entra no sono profundo, e é caracterizado pela aparência de pânico ou confusão, gritos intensos, agitação física e, o que mais intriga os pais, o fato de a criança não responder às tentativas de conforto.
Geralmente, esses momentos podem durar de 10 a 30 minutos e logo a criança volta a adormecer, como se nada tivesse acontecido.
Embora seja mais comum acontecer na fase pré-escolar, de 2 a 5 anos, os bebês também podem apresentar episódios de terror noturno.
É comum que essa perturbação do sono seja confundida com os pesadelos. Porém, os pesadelos normalmente acontecem na segunda metade da noite, a criança acorda assustada e, no dia seguinte, se recorda do sonho ruim.
Já no terror noturno, ela não está realmente “acordada”, não abre os olhos, não responde às tentativas de consolo e sequer se lembra do que aconteceu na noite anterior quando acorda.
Em um despertar noturno normal, as causas costumam ser mais evidentes e simples, como fome, calor, frio ou angústia de separação.
Nesses casos, mesmo que acorde chorando ou um pouco enjoado, a intensidade da agitação e a aparência de medo não são as mesmas de um episódio de terror noturno e a criança rapidamente se acalma com a chegada dos pais.
No terror noturno em crianças, é comum observar alguns comportamentos anormais, como:
- Se sentar na cama;
- Se debater;
- Suar intensamente;
- Gritos muito fortes;
- Expressão de medo e angústia;
- Batimentos cardíacos acelerados;
- Respiração anormal;
- Olhos abertos e olhar fixo;
- Agressividade;
- Confusão mental, caso acorde;
- Choro incontrolável;
- Retorno abrupto ao sono profundo;
- Não reconhecer os pais.
Para os pais, presenciar um momento de terror noturno é extremamente estressante, pois traz a sensação de impotência diante do sofrimento aparente do filho e de não conseguir acalmá-lo.
Mas é importante se lembrar de que esses episódios são uma manifestação involuntária e transitória do sistema nervoso, além de a criança não se lembrar no dia seguinte.
O que causa o terror noturno em crianças?
O terror noturno, apesar de ser comum, pode ser desencadeado por uma série de fatores que, quando combinados, contribuem para que esses momentos aconteçam.
Em primeiro lugar, existe uma linha de pesquisa que associa o fator genético aos episódios de terror noturno em crianças cujos pais ou irmãos mais velhos já passaram por essa situação.
Embora apenas a genética não seja determinante para que aconteça, a hereditariedade pode, sim, ser um fator que contribui.
Além disso, mudanças grandes na rotina podem desencadear o terror noturno em bebês, como mudar para uma casa nova, alterações no ambiente em que ele dorme ou outras situações que geram estresse.
Observe que, normalmente, esses episódios podem acontecer em dias mais agitados ou em que a criança experimentou muitas novidades.
Porém, também há uma linha de pesquisa que associa a exposição excessiva a TV, tablet ou smartphone como uma possível causa.
A luz emitida pelos dispositivos interfere na produção da melatonina, o hormônio do sono, e isso leva a interrupções do sono profundo, podendo causar terrores noturnos.
Além da luz, o conteúdo assistido pela criança pode ser um agravante. Caso seja muito barulhento, violento ou agitado, ele pode sobrecarregar o cérebro antes de dormir.
Além de todas essas questões, outras situações também podem estar relacionadas ao terror noturno em crianças, como o cansaço extremo, privação do sono, febre, luzes e barulhos exagerados, apneia do sono, síndrome das pernas inquietas e traumas recentes.
Unindo fatores genéticos, comportamentais e ambientais, é possível chegar a um conjunto de fatores que resultam em maior propensão a desencadear o terror noturno.
Identificando esses fatores, é possível prevenir e, assim, estabelecer uma rotina de sono mais tranquila.
Estratégias para prevenir e lidar com o terror noturno em bebê
Você como mãe (ou pai) quer que seu filho tenha uma noite tranquila e restauradora de sono, certo?
Para isso, é importante descobrir estratégias eficientes para prevenir e lidar com os episódios de terror noturno. Assim, toda a família dormirá melhor.
Dentre as principais práticas, temos:
- Estabeleça um ritual de sono noturno: a regularidade na rotina é o que irá ajustar, ao longo das semanas, o relógio biológico do bebê. Portanto, tenha um ritual de sono e o mantenha ao longo do tempo, envolvendo atividades como banho morno, massagem suave, leitura e canções de ninar. A rotina vai ajudar seu bebê a reconhecer quando é o momento de descansar;
- Crie um ambiente propício para o sono: o local de dormir precisa ser calmo e acolhedor. Usar cortinas blackout, escolher um cômodo arejado e usar ruído branco são estratégias que ajudam a isolar o espaço de distrações e o deixam mais confortável para o sono;
- Monitore as sonecas: durante o dia, tenha uma rotina de sonecas estabelecida, garantindo que o bebê não esteja dormindo por períodos muito longos mas também não esteja em privação de sono;
- Esteja pronta caso aconteça um episódio de terror noturno: mantenha a calma caso aconteça e evite acordá-lo, pois ele está em um estado de sono e, se acordar, pode ficar confuso. Em vez disso, garanta que o bebê está seguro, tente acalmá-lo na medida do possível;
- Fortaleça o vínculo emocional: ao longo do dia, estabeleça atividades, como contato pele-a-pele, conversas, brincadeiras e outras situações que fortalecem a conexão emocional e a certeza de que a criança está em um ambiente emocionalmente seguro;
- Evite estímulos intensos: quando estiver próxima a hora de dormir, regule a exposição do bebê a estímulos intensos, como ambientes barulhentos, luzes fortes e brincadeiras agitadas.
Com acesso às estratégias mais adequadas, é possível minimizar os impactos do terror noturno no sono da família e reduzir a frequência dos episódios para o bebê ter um sono revigorante.
Um olhar compassivo sobre o terror noturno
A princípio, o terror noturno acende um alarme na cabeça dos pais, trazendo preocupação e insegurança, mas trata-se de um fenômeno natural em alguns estágios do desenvolvimento da criança.
O mais importante é estar ciente da situação e das práticas mais indicadas para lidar com esses momentos de forma tranquila.
Como vimos, estabelecer uma rotina de sono saudável será sua melhor ferramenta para prevenir terrores noturnos, uma vez que garante que a criança tenha previsibilidade e segurança para descansar o cérebro.
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