Se você é mãe provavelmente já ouviu comentários como “ah, o mais difícil são os saltos de desenvolvimento do bebê” ou “meu filho, durante o salto dos 4 meses, parou de dormir”, certo?
Mas saiba que os famosos “saltos de desenvolvimento” não são, e nem devem ser, motivos de medo e angústia.
Durante a nossa existência passamos por diversas transformações, físicas e neurológicas, que se iniciam durante a concepção e nos acompanham durante toda a vida. São mudanças que afetam o nosso corpo, a nossa mente e moldam as nossas emoções.
Muitas dessas mudanças acontecem durante os primeiros meses de vida e podem ser difíceis de lidar, tanto para os bebês, quanto para os papais e mamães de plantão.
Desde o momento em que nascem, os bebês iniciam um longo processo em busca de autonomia e independência. Algumas das mudanças mais notáveis e que, muitas vezes, assustam os pais, principalmente os de primeira viagem, ocorrem na rotina de sono dos bebês.
Logo ao nascerem, os bebês dormem a maior parte do tempo e, ao completar o primeiro mês, começam a acordar mais frequentemente e fazer maiores intervalos entre uma soneca e outra. Isso acontece porque ele se desenvolveu. É o primeiro salto de desenvolvimento.
Vamos entender melhor o que são esses saltos e quando esperar cada um deles. Se você se interessa por esse tema, continue a leitura!
O que são “saltos de desenvolvimento”?
A teoria dos saltos de desenvolvimento é baseada em observações realizadas por especialistas do sono em bebês, que formularam essa hipótese para explicar alterações no comportamento infantil durante momentos de ganhos motores e desenvolvimento de novas habilidades.
É importante aqui definir que existe uma diferença quando falamos de “picos de crescimento”, que se referem ao crescimento físico do corpo, como por exemplo, as alterações ósseas, que podem causar dor aos bebês, e os “saltos de desenvolvimento” que se tratam, basicamente, da aquisição das novas habilidades que o bebê desenvolve com o passar dos meses.
Segundo os especialistas, é comum, em determinados momentos, os bebês ficarem mais chorosos, demonstrarem alterações em relação à alimentação e procurarem constantemente suas mães para, logo em seguida, apresentarem uma nova habilidade.
A teoria rapidamente se popularizou, servindo de explicação para os momentos difíceis que aparecem no primeiro ano de vida e para as atitudes dos bebês que não eram compreendidas pelos pais até então.
Porém, é preciso tomar um certo cuidado ao acreditar cegamente na explicação da teoria, já que ela ainda não foi comprovada, mesmo sendo possível afirmar que existem algumas alterações no comportamento infantil quando aparecem ganhos motores.
Essas alterações afetam, em grande parte, o sono do bebê. É importante ficar atento: nem tudo pode ser traduzido como um “salto de desenvolvimento” e eles não acontecem com tanta frequência.
O sono do bebê se desenvolve desde o momento do nascimento, a arquitetura de sono de um recém nascido não é a mesma de um bebê de um ano, por exemplo, pois, com o passar dos meses, a necessidade vai diminuindo e os horários vão se organizando.
Portanto, o sono não é um elemento estável e um possível salto de desenvolvimento não deve ser usado como explicação para toda alteração no sono dos bebês.
Quais são os principais saltos de desenvolvimento observados?
Segundo a teoria, existem dez marcos nos primeiros meses de vida de um bebê que podem ser entendidos como “saltos de desenvolvimento”. Cada salto está diretamente ligado a alguma nova habilidade desenvolvida pelo bebê.
Apesar de terem sido estipulados os meses em que eles geralmente se manifestam, nem todos os saltos ocorrem na mesma época ou com a mesma intensidade em todos os bebês.
Em sua grande maioria, os saltos costumam durar de uma semana a quinze dias, mas esse período pode mudar de criança para criança.
Os principais saltos identificados ao longo dos primeiros dezoito meses do bebê se popularizaram como:
1º Salto
O primeiro salto ocorre geralmente no primeiro mês e é a primeira grande mudança que ocorre na vida do bebê.
Durante os primeiros dias de vida, ele não costuma interagir com o mundo ao seu redor, dorme grande parte do tempo e não enxerga nitidamente as pessoas e objetos ao seu redor.
A partir do primeiro mês, o bebê passa a notar o mundo ao seu redor e a olhar mais fixamente para as pessoas e objetos podendo, inclusive, esboçar sorrisos.
Também é o momento em que ele começa a aperfeiçoar o tato, dando respostas ao toque, além de conseguir ficar acordado por mais tempo.
2º Salto
A partir do segundo mês, a visão do bebê começa a ficar mais apurada e ele começa a interagir melhor com objetos como brinquedos, mesmo que ainda não consiga segurá-los.
Ele também começa a se firmar, por isso é importante deixá-lo de bruços em uma superfície firme.
3º Salto
Com cerca de três meses, é possível começar a perceber mais nitidamente as novas habilidades do bebê.
Sua visão continua a se desenvolver, e ele consegue seguir as pessoas com olhar e controlar os movimentos da cabeça.
Também é o momento em que ele passa a segurar e balançar alguns objetos, e pode começar a chupar o dedinho.
4º Salto
Com quatro meses, o bebê já enxerga, reconhece os pais e passa a procurá-los com o olhar, quando não os encontra por perto. Também é o momento em que o choro fica mais estridente e ele começa a emitir novos sons, como gritinhos e grunhidos.
5º Salto
A partir do quinto mês, o bebê já consegue brincar e se distrair sozinho, apesar de precisar de supervisão constante. Uma das brincadeiras favoritas é jogar objetos no chão para descobrir as consequências e ver se alguém o devolve.
Nesse momento ele passa a sentir mais a ausência dos pais e mudanças de humor devido a essa falta são comuns, caracterizados, principalmente, pelo choro mais constante e necessidade de colo e de mais mamadas.
6º Salto
O sexto salto costuma acontecer entre seis e sete meses e é o momento em que o bebê começa a se sentar sozinho e consegue se debruçar para pegar objetos não tão distantes e bater palminhas.
Além de aumentar a sua visão de mundo, também é nesse período em que começa a fase da introdução alimentar. Então, para alguém que vivia deitadinho ou no colo, é um mundo novo de cores, texturas e sabores.
Nesse período, percebe-se também que há uma maior necessidade de estar próximo da mãe, além de poder estranhar pessoas com as quais não convive frequentemente.
7º Salto
Entre o oitavo e o novo mês, o bebê adquire uma habilidade que muda totalmente o seu mundo: ele aprende a engatinhar!
É durante esse período que ela começa a sair da posição de ficar sentada e se arrasta em busca de outros objetos, indo aos lugares que a sua visão alcança. O bebê adquire, assim, maior mobilidade.
Também é o momento em que ele passa a entender melhor a função de alguns objetos e começa a usá-los de forma correta, pede mais comida e demonstra maior insatisfação quando é colocado no berço, querendo passar mais tempo acordado.
8º Salto
Com onze meses, o bebê começa a brincar de imitar os adultos, preferindo, muitas vezes, objetos do dia a dia a brinquedos.
É aquele momento clássico de pegar o controle remoto e colocar na orelha, imitando um telefone, ou abrir todas as gatas da cozinha para brincar com potes e panelas.
Além disso, é a época em que ele começa a ficar de pé e andar se segurando nos móveis, ensaiando alguns passinhos.
9º Salto
Perto de chegar aos treze meses, o bebê desenvolve a habilidade de levantar e andar.
Existem muitas queixas em relação a esse período, alegando, principalmente, a hiper excitação do bebê, que não para mais para sentar e brincar.
Porém, é importante lembrar que caminhar é uma experiência totalmente nova e muito importante para ele que, até então, não tinha grande mobilidade.
É possível que, do momento em que o bebê começa a andar até descobrir como correr e subir escadas, não se passem muitos dias.
10º Salto
O último salto ocorre por volta dos dezoito meses e é marcado pela maior autonomia do corpo, melhorando sua coordenação motora e ações. Aqui o bebê já fala algumas palavras e é comum que ele fale, inclusive durante o sono.
Esse momento também é conhecido pela desobediência e rebeldia, pois as vontades do bebê ficam mais evidentes, apesar de ele ainda não conseguir expressar exatamente o que quer.
Pode ser um momento bem difícil, com maior dificuldade no sono e surgimento de pesadelos.
Como lidar com os saltos de desenvolvimento?
Podemos perceber que todas as fases têm seus desafios. É imprescindível, portanto, manter a calma e ter muita paciência, pois o seu pequeno está passando por diversas transformações que ele sequer compreende.
Dar colo, carinho e muita atenção podem ser facilitadores desse processo que é, muitas vezes, cansativo para os pais. É importante nunca esquecer que o colo do pai e da mãe é onde o bebê se sente mais seguro e protegido.
Acolher o bebê em sua cama durante as semanas em que você percebe mudanças nas suas atitudes seguidas por um novo aprendizado pode ajudar, principalmente se houver mudança na frequência das mamadas, por exemplo.
Se o seu bebê dorme no quarto dele, pode ser necessário acordar mais vezes de madrugada para acolhê-lo.
Com carinho e muita paciência seu bebê vai superar todas as fases e crescer saudável, seguro e acolhido!
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