A Mastite acontece quando há infecção do tecido mamário. Ela geralmente segue uma sequência, ou seja, primeiro há um ingurgitamento mamário – um acúmulo de leite que fica mais empedrado, com dificuldade de sair, deixando os seios doloridos, talvez porque não esteja amamentando o bebê em livre demanda, talvez porque a pega e as posições não estejam adequadas.
E aí acontece uma fissura mamilar, as bactérias que estão na superfície da mama entram no mamilo através das rachaduras causadas pela pega incorreta durante a amamentação.
Essa fissura torna-se uma porta de entrada para bactérias irem lá naquele leite que está represado e causarem uma mastite.
Segundo o ministério da saúde (2009), a mastite ocorre mais frequentemente na segunda e terceira semanas após o parto e raramente após a 12ª semana (embora ela possa sim acontecer após a amamentação estar estabelecida e também até mesmo na gravidez).
SEIO COM MASTITE
Na mastite haverá febre, calafrios, muita dor e desconforto. Uma parte do seio ficará muito quente e inchada, com vermelhidão. Pode haver abscesso, por isso é essencial continuar a amamentar ou retirar esse leite manualmente para evitar que se desenvolva um abscesso. V
ocê apalpa a mama dessa mulher e ela tem uma área que flutua, isso é o abscesso, Se isso acontecer, e não for tratada, torna-se mais grave, tendo que drenar. A mastite não necessariamente tem abscesso, mas os dois precisam ser tratados com antibióticos.
Devido a dor e ao desconforto causados pela mastite, muitas mulheres acabam deixando de amamentar precocemente, além de acreditarem que o leite, nessa condição, fará mal ao bebê. Por isso a importância de estarem orientadas e bem informadas.
Como prevenir a mastite
Há algumas recomendações úteis na prevenção da mastite, tais como:
⇨ Livre demanda: Primeiro de tudo, livre demanda. O bebê tem que mamar o tempo todo, sobre tudo naquele comecinho que a gente tem muito leite, porque o corpo está adaptando a produção;
⇨ Sutiã correto: Uso de um sutiã adequado, do tamanho certo, que ofereça sustentação ao peso da mama. Atenção à espessura das alças e ao peso da mama – alças muito finas não sustentam mamas pesadas.
⇨ Esvaziamento da mama: Esvaziar os seios após cada mamada, e se necessário, drenar os seios manualmente ou com uma bomba de leite;
⇨ Pega correta: O bebê está tentando mamar e não consegue porque tem dificuldade em adequar a pega, então é importante ajustar posicionamento e pega correta, pois o bebê mama melhor, tirando melhor o leite; e evita rachaduras no bico dos seios;
E como você vai acertar a pega? Existem vídeos e imagens que você pode encontrar na internet e entender melhor sobre a pega correta e a amamentação eficaz. Você tem que observar se seu bebe não está fazendo barulho para mamar. Você pode ajudá-lo puxando um pouco seu peito para baixo, para seu bebê abocanhar melhor o seu peito.
O bebê tem que estar abocanhando o peito todo, ele tem que vedar o peito, não pode haver espaço para entrada de ar, pois quando entra o ar durante a amamentação o bebê mama pior, pois é justamente essa entrada de ar que vai ocasionar a cólica do bebê. Além de fazer o leite não sair bem, machuca seu peito e aumenta a chance de desenvolver mastite. Use sutiã se seu peito for muito grande, principalmente para ter uma melhor sustentação.
Como tratar a mastite
A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO, 2018) recomenda como tratamento inicial:
- O esvaziamento completo da mama afetada;
- O posicionamento correto e pega adequada das mamas;
- Uso de analgésicos e anti-inflamatórios para a dor;
- Introdução de antibiótico precocemente;
- Sutiã adequado para as mamas da mãe.
A mastite pode se desenvolver para um caso mais grave, e aí requer uma intervenção médica para drenar o abscesso.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança : aleitamento materno e alimentação complementar – 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2015. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp-content/uploads/2019/07/saude_crianca_aleitamento_materno_cab23.pdf. Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Departamento Científico de Aleitamento Materno. Guia Prático de Atualização. Doenças maternas infecciosas e amamentação. Nº2, 2019. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/_21432d-GPA_-_DoencMat_Infec_e_Amam_revisado.pdf