A maternidade é uma das experiências mais transformadoras da vida de uma mulher, mas também chega carregada de alguns desafios, e a famosa Hora da Bruxa é um deles.
Nos primeiros meses de vida, é normal o bebê chorar muito e os pais estarem sempre buscando compreender o motivo. Será que é fome? Sono? Cólicas? Muitas dúvidas pairam no ar e muitos testes são feitos.
Um desses desafios, que por muitas vezes é mal interpretado, é a chamada “Hora da Bruxa”.
A Hora da Bruxa nada mais é do que um período específico do dia, no finalzinho da tarde e início da noite, em que o recém-nascido tem crises de choro e parece que nada o faz acalmar.
Em geral, esse fenômeno pode começar a acontecer algumas semanas após o nascimento e tende a durar até os três ou quatro meses de idade.
Entender do que se trata a hora da bruxa e quais são as melhores estratégias para lidar com ela é fundamental para não se desesperar. E é sobre isso que iremos falar neste artigo.
O que é a Hora da Bruxa e por que ela acontece?
A “Hora da Bruxa” é um termo utilizado popularmente para descrever o período do dia em que os recém-nascidos têm crises de choro inconsoláveis.
Normalmente, acontece depois das 17h e pode durar até três horas, o que pode deixar os pais preocupados.
Mas, o que causa essa mudança de humor nas crianças?
Existem algumas teorias que compreendem os fatores que funcionam como “gatilho” para acontecer a hora da bruxa.
Dentre elas, a mais comum é a que versa sobre o desenvolvimento cerebral acelerado nos primeiros meses de vida do bebê.
Como o cérebro do recém-nascido recebe uma enxurrada de novas informações e estímulos a todo momento, isso pode deixá-lo sobrecarregado, resultando em períodos de maior irritabilidade.
Isso acontece ao final do dia devido ao acúmulo de cortisol (hormônio do estresse) liberado no corpinho do bebê ao longo do dia.
Temos também o acúmulo de adenosina — que é o que chamamos de pressão de sono — ao final do dia, e é por isso que a criança fica tão irritada.
Nós também ficamos, de certa forma, irritados, quando estamos com sono. Acontece que o bebê tem poucas ferramentas para lidar com isso!
Por isso, é super normal os bebês serem mais bem humorados pela manhã e mais chorosos ao fim da tarde.
Além disso, a falta de amadurecimento do sistema digestivo também contribui para gerar essa mudança repentina de comportamento no final do dia, ou seja, o recém-nascido pode estar passando por uma crise de cólicas.
A hora da bruxa e as cólicas são comumente confundidas, uma vez que tem características semelhantes. É preciso ficar de olho nas diferenças para saber como lidar com cada situação.
Enquanto a hora da bruxa é caracterizada por um período específico de agitação e inquietação, as cólicas podem ocorrer a qualquer hora do dia, com choro intenso e prolongado.
Durante as crises de cólicas, o bebê costuma mexer muito as perninhas e a barriga pode ficar um pouco dura. Também é comum que a crise acabe quando o bebê consegue evacuar.
Já a hora da bruxa é ligada ao desenvolvimento e adaptação do recém-nascido à sua nova rotina, e pode ser potencializada se o ambiente em que o bebê está inserido tem muitos estímulos, como luzes fortes, TV ligada e barulho.
Como identificar os sinais da Hora da Bruxa?
Quando sabemos o que está acontecendo, é mais fácil adotar estratégias adequadas para lidar com a inquietação e irritação da criança.
Dentre os sinais mais marcantes de que a hora da bruxa chegou, temos:
- O bebê está tranquilo e sorridente e, de repente, começa a ficar inquieto, chorar bastante e se recusar a ser acalmado;
- O bebê apresenta sinais de desconforto, como testa franzida, corpo tensionado e costas arqueadas;
- O recém-nascido apresenta vermelhidão no rosto e aumenta o reflexo de sobressalto.
Com relação à hora exata, a hora da bruxa, normalmente, acontece no finalzinho da tarde ou comecinho da noite, algo como entre 17h e 18h, embora possa variar.
Já a duração também é algo que varia de criança para criança, mas, em geral, pode durar de uma a três horas.
Porém, à medida que o bebê vai crescendo e se desenvolvendo, os momentos de irritação na hora da bruxa tendem a diminuir em frequência e intensidade.
Por fim, estar sempre atento aos sinais que o seu filho apresenta, permite que você antecipe as suas necessidades e responda mais rapidamente à inquietação.
Estratégias práticas para lidar com a hora da bruxa
Apesar de a hora da bruxa ser um desafio para pais e mães, felizmente existem estratégias práticas que ajudam a tornar o momento mais confortável para o bebê a família.
Dentre as estratégias mais eficazes, podemos citar:
- Tornar o ambiente mais calmo: durante a hora da bruxa, o bebê está com a sensibilidade aos estímulos externos ainda mais intensa. Por isso, crie um ambiente tranquilo, reduzindo as luzes, desligando a TV e tentando minimizar barulhos. Assim, a sensação de conforto e aconchego para o bebê aumenta e ele tende a se acalmar;
- Fortaleça a conexão com o bebê: o contato pele a pele entre mãe e filho é uma técnica poderosa para ajudar a acalmá-lo, a regular sua temperatura, os batimentos cardíacos e fortalece o vínculo entre mãe e filho. A amamentação pode ser sua aliada nesse momento;
- Procure aliviar as cólicas: se a hora da bruxa chegar junto com as cólicas, faça massagens suaves na sua barriguinha, movimentos de pedaladas nas perninhas e outras técnicas de higiene natural;
- Leve-o para o ar livre: às vezes, tudo que o recém-nascido precisa é mudar de ambiente, para um espaço ao ar livre, em locais calmos, como o quintal da sua casa ou o jardim do seu condomínio, pois isso ajuda a distraí-lo e mantê-lo calmo, além das propriedades terapêuticas que o ar fresco e a natureza proporcionam;
- Não abra mão da paciência: a hora da bruxa é um fenômeno temporário, mas que, nos primeiros dias, pode ser mais intenso e frequente. Lembrar de que é uma fase, vai te ajudar a passar por isso com mais leveza.
O importante é sempre se lembrar de que a maior das ferramentas que os pais têm para lidar com os desafios dos filhos é sempre a paciência e o amor.
A bruxa não está solta!
A hora da bruxa pode ser um grande desafio nos primeiros meses de vida do bebê, sobretudo quando faltam informações para entender o que está acontecendo e como lidar com a situação.
Porém, agora você já entendeu que é uma fase natural — e passageira — dos recém-nascidos, que pode ou não acontecer todos os dias, mas que vai diminuindo a frequência, a duração e a intensidade à medida que os meses passam.
Por isso, lembre-se de que é importante ouvir e observar seu filho e encontrar as estratégias que funcionam melhor para levar alívio para ele.
Em resumo, ser mãe não é uma tarefa fácil, mas como eu sempre digo: é justo que muito custe o que muito vale.
Por isso, busque enfrentar essa jornada com leveza, maturidade e informações adequadas para lidar com os primeiros meses de vida do bebê, mesmo diante dos dias mais agitados.
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