São indiscutíveis os grandes desafios e as intensas emoções associadas à maternidade, e a culpa materna emerge entre esses sentimentos como uma sombra que muitas vezes atrapalha a vivência de momentos preciosos e desencadeia dúvidas sobre a própria capacidade de ser mãe.
Embora seja muito comum, a culpa materna não pode ser normalizada, pois não existem motivos que a justifiquem e ela pode prejudicar, inclusive, a saúde emocional da criança.
Esse problema pode se manifestar em diversas situações, como, por exemplo, quando você não consegue amamentar conforme as expectativas ou quando é preciso tomar decisões pragmáticas, como a de deixar o seu bebê na creche para cumprir compromissos profissionais.
Este artigo tem o propósito de acolher todas as mães que já se sentiram tomadas pela culpa materna e querem se livrar dessa sensação para viver plenamente a maternidade.
Nos próximos tópicos, vamos abordar situações comuns que costumam desencadear esse sentimento, desmistificando a ideia de uma maternidade perfeita e destacando que, na verdade, não existe um manual infalível para ser mãe.
O que é a culpa materna?
De modo generalizado, o sentimento de culpa não precisa ser visto necessariamente como um problema, já que ele facilita a convergência entre nossos planos, ações, expectativas e valores.
No entanto, quando se trata especificamente da culpa materna, é importante refletir sobre a questão, pois os parâmetros que se deseja seguir são praticamente inalcançáveis e as expectativas tornam-se cada vez mais incoerentes.
o resultado não é apenas uma sensação desagradável passageira e sim um sentimento que pode comprometer seriamente a sua saúde emocional.
Quando se comete erros corriqueiros não relacionados à maternidade, a sensação de culpa funciona como uma bússola para que o erro seja reparado e evitado em situações futuras.
Mas, no caso da maternidade, a ideia de que uma boa mãe é aquela que se doa completamente e abre mão das próprias necessidades em nome do bem-estar do filho desencadeia a culpa materna em razão da busca por um ideal inatingível.
E, por ser humanamente inatingível, esse padrão cria insegurança e um sentimento de ineficácia, por maiores que sejam os seus esforços.
Então, a culpa materna não é uma sensação corriqueira. Ela é um problema que precisa ser identificado e eliminado da sua vida o quanto antes.
Em primeiro lugar, é preciso entender que não existe um jeito perfeito de ser mãe e, portanto, não há regras estritas ou detalhadas sobre como cuidar do seu filho.
Além disso, cada criança é única. As necessidades do seu bebê são diferentes das de todas as outras crianças que você conhece. Se você tem mais de um filho, com certeza já sabe disso.
Em segundo lugar, é preciso lembrar que se a sua saúde física e emocional não estiver em dia, o seu filho também vai sofrer as consequências.
Portanto, para ser uma boa mãe, você não tem que se doar completamente e esquecer de si mesma. Uma mãe saudável tem melhores condições de fazer as melhores escolhas para o seu filho.
Por fim, é importante racionalizar cada situação que abre brechas para a culpa materna e compreender que essa culpa não tem fundamento.
Nos próximos tópicos, vamos falar sobre algumas dessas situações.
Situações em que a culpa materna costuma aparecer, mas não deveria
Se você estava muito cansada ou preocupada e acabou gritando com o seu filho, não deixe que a culpa te leve a uma autopunição interminável.
Mães cometem erros e, se evitar os gritos é importante para você, você pode se desculpar com o seu pequeno e não repetir a mesma ação em situações futuras.
Mas, como você deve estar pensando, existem muitos casos que não são tão simples assim. Nem sempre um “erro” pode ser imediatamente corrigido e quase sempre as decisões são difíceis de serem tomadas.
Vamos abordar em seguida algumas outras situações que levam à culpa materna e que, infelizmente, costumam torná-la onipresente na rotina de uma mãe.
Você não consegue amamentar
A expectativa muitas vezes idealizada de amamentação nem sempre se alinha à realidade e isso pode desencadear sentimentos complexos, incluindo a temida culpa materna.
Imagine-se nessa situação: você está se esforçando para amamentar, mas a realidade é que a experiência não está se desenvolvendo conforme o planejado.
Talvez você esteja enfrentando uma mastite, a baixa produção de leite ou simplesmente a dificuldade de fazer com que o bebê se ajuste à amamentação.
Em meio a essa complexidade, a culpa materna começa a se infiltrar, questionando sua capacidade e fazendo você questionar se está se esforçando o suficiente.
No entanto, é vital lembrar que a amamentação é uma jornada única para cada mãe e bebê. O fato de enfrentar desafios não reflete em sua habilidade como mãe.
Se você faz questão de amamentar, é importante saber que este processo pode ser realmente desafiador.
Desmistifique a ideia de que a amamentação será sempre plena e prazerosa. Basta conversar com algumas outras mães para perceber que não é bem assim.
E para lidar com as suas dificuldades, busque a ajuda de profissionais da saúde, do banco de leite da sua cidade ou de uma consultora de amamentação.
Mas mantenha a mente aberta e não se esqueça de que se a amamentação estiver causando um estresse significativo, considerar outras opções de alimentação saudável para o seu bebê também é uma escolha válida.
Você precisa deixar seu bebê na creche para trabalhar
O momento de deixar seu bebê na creche ou com um familiar ou babá para cumprir suas responsabilidades profissionais é repleto de emoções conflitantes.
Nessas circunstâncias, a culpa materna te leva a questionar se você está fazendo a escolha certa e se está dedicando tempo suficiente ao seu pequeno.
A decisão de confiar os cuidados com o seu bebê a outra pessoa pode estar pesando em seu coração, mas é crucial lembrar que trabalhar e cuidar da família são papéis igualmente importantes.
Reconheça que seu trabalho contribui diretamente para o bem-estar do seu bebê, provendo necessidades como moradia, alimentação e cuidados médicos.
Além disso, mais importante do que a quantidade de tempo que você passa com seu filho é a qualidade desse tempo.
Ao passar momentos significativos com seu bebê quando estão juntos, você está construindo memórias valiosas e uma conexão profunda.
Por outro lado, os benefícios sociais que a creche pode oferecer ao desenvolvimento da criança também precisam ser considerados.
A interação com outras crianças e os cuidados de profissionais capacitados contribuem para um ambiente enriquecedor.
Você pode manter uma comunicação aberta com os cuidadores da creche, estabelecer uma relação de confiança e estar ciente do bem-estar do seu bebê na sua ausência.
Assim você desconstrói a culpa materna e percebe que ser uma mãe trabalhadora é uma expressão de força e equilíbrio.
Você não consegue brincar com o seu filho mais velho porque o mais novo está mamando
Imagine a seguinte situação: seu filho mais velho está ansioso por atenção e diversão, enquanto você se encontra ocupada amamentando o mais novo.
Sem dúvida, neste momento, a culpa materna se insinua, questionando se você está prejudicando o relacionamento com seu filho mais velho ao não poder brincar de imediato.
Entretanto, é vital compreender que a maternidade é um malabarismo constante entre as necessidades múltiplas de seus filhos.
Ao lidar com essa dinâmica, você está ensinando a eles valores importantes. Seu filho mais velho está aprendendo sobre empatia, paciência e a importância de esperar o momento certo.
Assim que for possível, você pode planejar momentos especiais de conexão com seu filho mais velho.
Isso não apenas fortalece os laços, mas também demonstra que ele não deixa de ser uma prioridade em sua vida.
Enquanto amamenta, você pode estimular a autonomia do seu filho mais velho. Sugira atividades independentes e criativas para que ele possa explorar sua imaginação e se entreter enquanto você atende às necessidades do irmão.
Ao desconstruir a culpa materna, perceba que você está gerenciando múltiplas responsabilidades de maneira admirável.
Você deixou o seu bebê cair
A angústia é inevitável no instante em que você percebe que o seu bebê escorregou dos seus braços ou de um local elevado.
A culpa materna se instala imediatamente, questionando sua habilidade e, até mesmo, sua adequação como mãe.
No entanto, acidentes acontecem e a maternidade, embora cheia de amor, é permeada por acontecimentos inesperados.
A queda acidental do seu bebê não diminui sua competência como mãe. Lembre-se de que, por mais que você deseje ser uma heroína, você é humana.
A culpa não é produtiva. Se necessário, busque apoio de profissionais de saúde para avaliar a situação. É fundamental garantir que seu bebê esteja seguro e saudável.
Nesse caso, a culta também vem com uma utilidade prática (e isso é bom): você identifica rapidamente ajustes no ambiente para minimizar os riscos. Pequenas mudanças, como a adição de almofadas ou tapetes antiderrapantes, podem criar um ambiente muito mais seguro.
Compartilhe suas emoções com seu parceiro ou outras pessoas de confiança. Abrir-se sobre a experiência pode aliviar a carga emocional e proporcionar apoio durante esse período.
Na Matera, maior e mais completa comunidade para mães do Brasil, você pode trocar experiências com outras mães e falar sobre suas dúvidas e dificuldades em um lugar seguro e especial.
Além de nunca mais ficar sozinha com o turbilhão de sentimentos ligados à maternidade, você vai ter acesso a aulas semanais, cursos completos e manuais que vão te ajudar a se sentir mais segura nessa importante missão.
Quer se livrar da culpa materna e viver plenamente esse momento tão especial? Acesse a página da Matera e saiba mais sobre a comunidade.