Associação de sono é um assunto que te preocupa em relação ao seu bebê? Quando falamos em sono, essa questão é sempre uma das mais discutidas entre pais, cuidadores e mesmo médicos pediatras.
O aconchego no peito da mãe, o balançar dos braços e até a canção de ninar são momentos que fazem toda diferença no sono dos bebês, já percebeu?
Porém, algumas pessoas veem a associação desses instantes com o ato de adormecer como uma grande vilã, pois acreditam que são eles os responsáveis pelo fato de o bebê acordar durante a noite com frequência.
Hoje, eu vou te mostrar que essas “associações” podem até se tornar aliadas no processo de conseguir fazer o bebê dormir a noite toda, ininterruptamente.
Indo na contramão, você vai entender o que é associação do sono e que nem sempre é preciso mudar a forma de colocar o seu bebê para dormir para garantir um sono tranquilo a noite toda.
Ficou interessada? Então vem comigo desmistificar esse tema.
O que é associação de sono?
A associação de sono é qualquer ação, rotina, momento ou objeto que se torna como um gatilho ou sinal para o cérebro do bebê de que é hora de descansar. Geralmente estamos diante de facilitadores — ou indutores — de sono.
Para os adultos, esse momento pode ser uma leitura, apagar as luzes, colocar uma música suave de fundo ou meditar.
Porém, no caso dos bebês, essas associações são mais tangíveis e trazem efeito imediato, como, por exemplo, dormir:
- Enquanto mama;
- Sendo balançado no carrinho;
- Sendo ninado no colo;
- Chupando chupeta;
- No balanço do carro;
- Agarrado a um bichinho de pelúcia;
- Ouvindo uma canção de ninar.
O balanço e aconchego do colo imita a sensação do útero e ser amamentado traz calor e segurança. Para o neném, esses gestos dão um sinal de conforto, e, portanto, eles se conectam com o sono naturalmente.
Chamamos essas ações de “indutores de sono”, já que encurtam a latência de sono do bebê, ou seja, o tempo que ele demoraria para adormecer.
Associação de sono vs indutor de sono
Se você já buscou estudar sobre sono de bebês na Internet, certamente já se deparou com opiniões diferentes acerca das chamadas associações do sono. Há quem seja extremamente contra e há quem pondere seu ponto de vista.
Mas, por que é um tema que traz essa dualidade?
Simples! A visão predominante sugere que a associação de sono é prejudicial, pois enxerga a associação como uma maneira de tornar o bebê dependente desse gatilho para conseguir adormecer.
Lembremos que o bebê é tido como um ser humano que precisa de independência cada vez mais cedo e mais rapidamente, e as “associações de sono” são justamente uma forma de ficar mais perto do bebê.
É por isso que tanta gente é contra permitir que bebês durmam mamando ou ainda sendo ninados (o que, vale dizer, não tem qualquer base científica para ser considerado um problema).
Seguindo essa lógica, caso o bebê acorde à noite, ele vai precisar daquele mesmo estímulo para conseguir voltar a dormir, gerando esgotamento nos pais e sono fragmentado no bebê.
Porém, nem todos os especialistas concordam com essa visão. Tanto que, como vimos, o que chamamos de “associação” também ocorre com os adultos e não é vista como prejudicial.
Para entender como uma associação de sono pode ser sua aliada, é preciso ir além na compreensão do tema. Vamos começar tirando a carga negativa desse termo e chamando-o de “indutor de sono”.
A princípio, uma associação de sono é apenas uma ferramenta para criar um ambiente propício e reconfortante para adormecer.
Sendo assim, esses indutores podem favorecer o processo de sono da criança, tornando-o menos estressante e mais natural.
Basta imaginar um bebê que sempre dorme ouvindo a mãe cantando a mesma canção de ninar. Para ele, esse é o sinal que precisa para desacelerar, relaxar e se preparar para descansar. Essa canção pode, inclusive, fazer parte do ritual de sono do bebê.
Quando o bebê encontra o que procura, seja pelo peito, pelo colo ou pela canção, ele se sente mais tranquilo para se entregar ao sono.
Portanto, parar de enxergar as associações como um grande vilão e começar a vê-las como indutores de sono pode facilitar e melhorar a qualidade do sono do seu filho.
Além disso, muitas mães gostam desse momento com seus bebês, então, por que privá-las desse aconchego?
Antes de se preocupar com associações, é preciso descobrir o motivo do despertar.
Se o seu bebê não acordar à noite — ou melhor, não precisar de ajuda para voltar a dormir ao despertar — não importará se ele dormiu mamando, no colo ou escutando música, certo?
Então agora é hora de entender porque o bebê acorda.
Primeiro é preciso entender que todo bebê vai acordar à noite, mesmo os que “dormem a noite inteira”. Isso porque o ciclo de sono é composto por sono profundo, sono leve e breve despertar, e isso acontece diversas vezes durante uma mesma noite.
Isso também acontece com adultos. Você certamente “acorda” algumas vezes na madrugada para mudar de posição na cama ou ajustar o cobertor, certo? Na maioria dos casos, é um despertar imperceptível, e muitas vezes nem lembramos dele ao acordar pela manhã.
Porém, se você estiver com sede, fome, vontade de ir ao banheiro ou incomodado com algum fator externo, despertamos completamente, assim como os bebês.
Por isso, quando a criança acorda (e chora!), normalmente há algo o incomodando: fome; sede; calor; frio; fralda molhada; refluxo; luminosidade em excesso; barulho; etc.
Na maioria dos casos, quando o bebê está com todas as suas necessidades supridas e em um ambiente propício, ele vai emendar um ciclo de sono em outro sem precisar da sua ajuda. E, em geral, isso vai acontecer mesmo que ele adormeça mamando ou sendo ninado.
Outro fator que pode interferir é a falta de rotina, como horários para dormir muito diferentes entre um dia e outro ou colocar a criança para dormir muito cedo ou muito tarde.
Por esse lado, é importante observar com muita atenção as janelas de sono do seu bebê e estabelecer uma rotina alinhada ao seu ritmo natural.
Portanto, antes de mudar a forma de colocar seu filho para dormir, entenda todas as possíveis interferências que estão causando o sono “picado” durante a madrugada.
Assim, você garante que o bebê tenha um sono saudável e revitalizante e toma decisões mais assertivas.
Quando devo me preocupar com as associações de sono?
Ok. Você entendeu que tratar as “associações” como vilãs pode não ser o melhor caminho, mas e quando tudo está ajustado e ainda assim o bebê busca o conforto dos pais para emendar um ciclo de sono no outro?
Depois de fazer todos os ajustes que podem estar despertando seu filho, se ele ainda seguir com esse padrão, pode ser necessário mudar a forma de colocá-lo para dormir.
Perceba que em nenhum momento falamos em deixar o bebê chorando no berço até adormecer. Isso é anti-natural e pode ser traumático para o seu pequeno.
No entanto, é possível sim fazer mudanças na forma de dormir para “desassociar” peito/colo/chupeta do sono.
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